sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O DIA DO PARTO

A história do meu parto começou no dia 27.12.2016 às 16:00 horas. Meus pais foram fazer mais um exame pré-natal com Dr. Cláudio que tinha acabado de realizar um parto no Hospital Manoel Novaes. 

Depois de fazer uma ultrassonografia e comunicar que já tinha expulsado o tampão mucoso, minha mãe foi fazer o exame de toque, quando Dr. Cláudio descobriu que ela estava com a dilatação do colo do útero de aproximadamente 1 cm.

Até então não se tinha ideia de quando seria o parto, que poderia ocorrer inclusive no dia de reveillon. Nessa mesma noite já em casa, minha mãe começou a sentir dores de contração a cada uma hora mais ou menos, mas que não pararam de se repetir.

A partir da meia noite as dores se intensificaram e por volta das 3 horas da manhã quase meus pais ligam para Dr. Cláudio, que estava em Olivença, distante 50 km de Itabuna.  

Mas as dores cessaram um pouco e ele só foi avisado as 8:00 da manhã do dia 28.12.2016. Na verdade já havia iniciado a fase denominada de pródromos (preliminares do trabalho de parto), mas de forma bem intensa.

Meu pai começou a marcar os intervalos e a duração das contrações a partir de uma hora da manhã. A anotação continha a hora de inicio, hora de fim e depois o intervalo para a próxima contração:

1:19 - 1:21 ⁃ 10 min; 1:29 - 1:31 ⁃ 5 min; 1:34 - 1:37 ⁃ 5 min; 1:39 - 1:40 ⁃ 6 min; 1:45 - 1:47 ⁃ 4 min; 1:49 - 1:50 ⁃ 6 min; 1:54 - 1:56 ⁃  6 min; 2:01 - 2:04 ⁃ 6 min; 2:07 - 2:09 ⁃ 7 min; 2:14 - 2:16 ⁃ 4 min; 2:18 - 2:19 ⁃    6 min; 2:24 - 2:25 ⁃  6 min- 2:30 - 2:32 ⁃    8 min;  2:38 - 2:39 ⁃    8 min; 2:46 - 2:48 ⁃    10 min; 2:56 - 2:58 ⁃    12 min; 3:08 - 3:10 ⁃    10 min; 3:18 - 3:20 ⁃    4 min; 3:22 - 3:23 ⁃    7 min; 3:29 - 3:30 ⁃    9 min; 3:38 - 3:39 ⁃    9 min; 3:47 - 3:49 ⁃    13 min; 4:00 - 4:02 ⁃    15 min; 4:15 - 4:16  ⁃    15:00; 4:30 - 4:32 ⁃    17 min; 4:47 - 4:49 ⁃    10 min; 5:07 - 5:09 ⁃    10 min; 5:17 - 5:19 ⁃    13 min; 5:30 - 5:32 ⁃    8 min; 5:38 - 5:39 ⁃    6 min; 5:44 - 5:46 ⁃    12 min; 5:56 - 5:58 ⁃    4 min; 6:00 - 6:01 ⁃    4 min; 6:04 - 6:05 ⁃    6 min; 6:10 - 6:11 ⁃    5 min; 6:15 - 6:16 ⁃    3 min; 6:18 - 6:19 ⁃    4 min; 6:22 -6:23 ⁃    4 min; 6:26 - 6:27 ⁃    2 min; 6:28 - 6:30 ⁃    6 min; 6:34 - 6:35 ⁃    9 min; 6:43 - 6:45 ⁃    9 min; 6:52 - 6:54 ⁃    11 min; 7:03 - 7:05 ⁃    7 min; 7:10 - 7:11-     8 min; 7:18 - 7:19 ⁃    4 min; 7:22 - 7:23 ⁃    7 min; 7:29 - 7:31 ⁃    6 min; 7:35 - 7:36    ⁃    7 min; 7:42 - 7:43    ⁃    5 min; 7:47 - 7:49   ⁃    10 min; 7:57.

As contrações irregulares continuaram durante todo o dia, mas meu pai começou a registrá-las no aplicativo do celular por orientação da equipe do parto humanizado para posterior análise.

Minha mãe procurando uma posição para esperar a próxima contração

Logo cedo, por volta das 7:00 minha mãe avisou para a equipe do parto humanizado formada por Renata, Candice e Manuela que estava entrando em trabalho de parto.

Eleita a melhor posição por minha mãe para diminuir as dores do parto

Elas vieram várias vezes na casa dos meus pais para ouvir meu coração e conferir a dilatação do colo do útero.

Durante todo o dia minha mãe fez vários exercícios para aliviar a dor
O dia foi muito longo e a frequência das dores aumentava cada vez mais. 

Por volta das 16:45 horas a bolsa de minha mãe estourou (rotura da bolsa de água) e ela começou a perder líquido. Aproximava a hora do meu parto e começava o seu período latente (fase inicial).

Foto comparativa entre o dia do parto e um dia antes

Minha mãe aguardou algumas horas em casa fazendo exercícios com a equipe do parto humanizado para dilatar mais o seu colo do útero. 

Finalmente fui para o hospital as 19:30 horas, juntamente com meus pais, vovô Quinha, vovó Ângela, Dinda Mariana e  Tia Georgia. 

Meu avó Zé Cairo preferiu ficar aguardando em casa e minha avó Wal estava em Ilhéus gripada. Minha irmã Indra estava em Salvador e Mateus em Feira de Santana na casa da namorada Alessandra.

Depois ainda recebi visitas durante o trabalho de parto de Otávio, Tati, Marquinhos, Dindo Pit, Bia e Mateus.

A equipe do meu parto humanizado era formada pelo Dr. Cláudio (obstetra), Candice (enfermeira), Renata (enfermeira) e Tia Fernanda (pediatra neo-natal).

Chegando lá, ao fazer o exame de toque, Dr. Cláudio verificou que a dilatação estava ainda em 4 cm e a fase ativa do período latente do trabalho de parto ainda não havia começado. Dai ele perguntou onde minha mãe queria me ter, e ela disse que preferia que fosse no quarto mesmo.



Como a bolsa tinha estourado meu nascimento não poderia demorar muito (mais ou menos oito horas), pois poderia causar uma infecção em mim.

Renata ajudando minha mãe fazer exercícios
Mas ainda estava na fase inicial e o trabalho de parto poderia durar mais do que o tempo necessário para não ter riscos. 

Minha avó Ângela auxiliando minha mãe. Ao lado, de rosa, a Enfermeira Candice e de verde, Renata, da equipe de parto humanizado.

Assim, o meu parto teve que ser induzido para ir mais rápido, o que foi feito com a utilização de ocitocina.

Em menos de meia hora o medicamento começou a fazer efeito e as contrações passaram a ter intervalos de três minutos em média, com duração de um minuto cada uma, a partir das 21:22 horas, entrando na fase ativa.

Minha mãe mudava muito de posição durante o trabalho parto, tentando achar aquela que provocasse menos dor
Minha mãe gritava muito, mas mesmo assim continuava com o trabalho de respiração que lhe foi ensinado (inspirar como se fosse cheirar uma flor e expirar como se fosse soprar uma vela).  

Meu pai estava nervoso e para se acalmar começou a marcar os intervalos das contrações no celular com o uso do aplicativo "My Contractions Tracker". 


A minha tia Mariana, que está nessa foto, ajudou muito minha mãe durante todo o tempo do trabalho parto e inclusive cortou meu cordão umbilical

A previsão, que acabou se concretizando, era de que a dilatação fosse evoluindo 1 cm por hora.

Assim, às 22:30 horas a dilatação do colo do útero já estava com 6 cm e às 23:30 horas com 7 cm.  

Às 00:30 horas começou a fase de transição do período latente do trabalho de parto, quando minha mãe ficou com 8 cm de dilatação. 

Dai foi progressivamente evoluindo, um centímetro por hora até chegar à dilatação máxima de 10 cm às 2:50, quando minha mãe foi tomar um banho com água quente para aliviar a dor, descansar um pouco e se preparar para próxima fase (período expulsivo).

Minha mãe seguiu estritamente o que Dr. Cláudio recomendava, no sentido de procurar a melhor posição para ficar seja ela qual fosse. Dai ela andava pelo quarto, ficava agachada, de joelhos, deitada, em posição de ponte etc. Inclusive foi de vital importância a preparação física que ela fez durante toda minha gestação nas aulas de neopilates, principalmente para manter as posições mais difíceis.

Minha mãe pensou muitas vezes em desistir do parto normal durante todo o seu processo, mas Dr. Cláudio de forma muito tranquila transmitia confiança e dizia que a dor iria se estabilizar e que ela pensasse na fase final, que seria meu nascimento. 

Então começou o período expulsivo, que durou uma hora, culminando com meu nascimento às 3:50 horas. 

Nessa fase minha mãe praticamente parou de chorar e os gritos revelavam mais a necessidade de força do que de dor. Dava para ouvir ela dizendo: "A contração está vindo....vou fazer força". Durante os intervalos das contrações minha mãe respirava para se recuperar do cansaço.

Meu pai não aguentou essa parte e ficou na antessala com meu avó Quinha só ouvindo a movimentação, mas com muita apreensão.

Finalmente eu nasci, quando minha mãe estava praticamente em pé, com os joelhos um pouco flexionados. 


Aqui nessa foto foi logo depois do parto e minha Tia Fernanda estava fazendo massagem em mim para eu respirar

Depois disso ainda teve o tempo da dequitação (expulsão da placenta) que durou mais ou menos 15 minutos, ainda com minha mãe sentindo contrações.






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